sábado, 24 de outubro de 2009

A quem serve uma CPI do MST?



Não é de hoje que muito se fala na mídia sobre os métodos utilizados pelo MST na luta pela reforma agrária e por um outro modelo agrícola. A crítica a tais métodos é apenas um bode expiatório contra a necessária revisão do índices de produtividades que o Governo pretende fazer. Esses índices, após um cálculo preciso realizado por técnicos do INCRA, afirma se a terra cumpre ou não a função social, ou seja, se é passível de desapropriação para fins de reforma agrária. Os índices devem ser revistos; a lei é quem determina isso (Lei nº 8.629/93, art. 11). Segundo a ABRA1, a base estatística dos índices vigentes está defasada 32 anos.
A globalização exige – e sucessivos governos têm atendido – que nossa inserção no mercado internacional se dê de maneira subalterna. Enquanto o 1º mundo nos vende produtos com alto valor agregado, os países do 3º mundo, entre eles o Brasil, se encarregam do fornecimento de matéria-prima para o mercado global. São as tais commodities.
A bancada ruralista do Congresso Nacional se beneficia com altas isenções tributárias. A Lei Kandir (LC nº 87/96, art. 3º) isenta do pagamento de ICMS todas as commodities destinadas à exportação. A Constituição da República imuniza, também, do pagamento de IPI os mesmos produtos destinados à exportação (art. 153 § 3º). No caso da Cutrale, que destina 98% de seus sucos de laranja para a exportação, onde estão os benefícios para a sociedade brasileira?
Outro dado importante demagogicamente omitido pelos ruralistas e intencionalmente não abordado pela mídia na sua cobertura jornalística dizem respeito à geração de riqueza no campo brasileiro. Segundo o último Censo do IBGE, em 2006, a produção agrícola foi de R$ 141 bilhões. Destes, R$ 91 bilhões produzidos pelo agronegócio (onde se insere a Cutrale, por exemplo), os outros R$ 50 bilhões foram produzidos pela agricultura familiar. Todavia, para produzir os R$ 91 bilhões o agronegócio precisou de 80 bilhões de reais de credito rural dos bancos e da poupança nacional. Já a agricultura familiar, produziu R$ 50 bilhões, e utilizou apenas R$ 6 bilhões! Esses dados são suficientes para esclarecer que não é a sociedade brasileira que necessita do agronegócio para manter a balança comercial, mas é justamente o contrário, são os representantes do agribusiness que sangram os recursos do povo brasileiro. E tudo isso em nome de um projeto de país que não gera emprego, riqueza e não paga tributos.
Esse modelo agrícola foi o responsável por, nos últimos anos, concentrar a terra no Brasil (IBGE). Vivemos, apesar de toda nossa luta, um processo de contra-reforma agrária. Nos dias de hoje, 1% dos latifundiários concentram 43% das terras no Brasil! Dados da CPT2 afirmam que 96% dos assentamentos passaram, algum dia, por um processo de resistência dos trabalhadores. Em outras palavras, sem movimentos como o MST não haveria esses 96% de assentamento. A concentração fundiária seria bem maior!
Desde a colonização, o Brasil adota o mesmo modelo de desenvolvimento para o setor rural brasileiro, o tal Plantation: grandes latifúndios (quantos mil hectares foram grilados pela Cutrale mesmo?), monocultura (na fazenda da Cutrale há um milhão de pés de laranja; o MST derrubou apenas 3 mil) e agricultura destinada à exportação (A Cutrale exporta 98% da sua produção!). Os trabalhadores do MST que ocuparam os 2,5 mil hectares grilados pela Cutrale e há 5 anos reivindicados pelo INCRA no Judiciário, já declararam que as imagens dos tratores quebrados na fazenda tratam-se de uma montagem produzida em conluio da Cutrale com a polícia e a mídia. Aquelas eram imagens de uma oficina dentro da fazenda, onde a empresa conserta seus próprios maquinários. Aquele “ferro-velho” que tanto nos assustou já era daquele jeito antes da ocupação. O MST não destruiu trator algum! Aquela imagens foram meticulosamente passadas inúmeras vezes na televisão numa campanha de desinformação, cujo único objetivo é criminalizar a luta pela reforma agrária.
Sabemos que a História é feita de rupturas e permanências. No campo brasileiro, a luta é para avançar no processo de ruptura, essa, nunca tão necessária e urgente como hoje. Os que estão ao lado do povo estarão ao seu lado nas conquistas e nos momentos difíceis, inclusive, quando, uma minoria de privilegiados, movida por interesses menores, tentarem criminalizar a luta dos trabalhadores por uma vida mais digna, criando uma CPI fajuta, sem um mínimo de critério e que, como todos sabemos, tem o apenas o objetivo de: impedir a revisão dos índices, alavancar um movimento direitista para as eleições de 2010 e frear, assim como em 1964, as reformas necessárias ao desenvolvimento igualitário do país.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Por que venceu o Sí?


A vitória de Chaves em mais uma eleição a que é submetido tem, para Emir Sader, justificativas históricas que se assentam nas conquistas da Revolução Bolivariana. É o socialismo do século XXI!

Com a palavra o professor:



"A razão de fundo para o apoio de Chavez na massa majoritariamente pobre da população venezuelana é a mesma que explica o êxito de governantes que privilegiam políticas sociais em detrimento da ditadura da economia e do mercado, característica dos governos que os precederam. Num país petroleiro, é incrível a pobreza venezuelana, revelando como as elites desse país fizeram a farra do petróleo, enriquecendo-se elas e distribuindo parte da renda petroleira a outros setores, políticos e sociais – incluindo a antiga "esquerda" e grandes setores do movimento sindical – que participavam da corrupção estatal.

Essas mesmas elites não perdoam que Hugo Chavez lhes tenha arrebatado não apenas o governo e o Estado, mas a principal fonte de riquezas do país – a PDVSA. E que dedique cerca de um quarto dos recursos obtidos por essa empresa para políticas sociais – para resgatar direitos essenciais da massa pobre da população, vitima principal do enriquecimento das elites tradicionais. Além de se valer de parte desses recursos para políticas internacionais solidárias – inclusive com setores pobres dos EUA.

Os resultados são claros: a extrema pobreza foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade e de preescolaridade, que subiu de 40 a 60%. Terminou o analfabetismo, segundo a constatação da Unesco. A participação feminina subiu muito no Parlamento e quatro mulheres dirigem a Corte Suprema, a Procuradoria Geral, o Conselho Nacional Eleitoral e a Assembléia Nacional. A taxa de mortalidade infantil diminuiu de 27 por mil a praticamente a metade: 14 por mil. O acesso a água potável subiu de 80 a 92% da população. Diminuiu significativamente a desigualdade social, a Venezuela subiu bastante no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, aumentou a expectativa de vida, diminuiu o desemprego, aumentou o trabalho formal em relação ao precário, foram legalizados milhões de aposentados, o consumo de alimentos subiu 170%. Em suma, como em todos os governos que buscam reverter a herança neoliberal, se dá um imenso processo de afirmação dos direitos da grande maioria, refletido na sua promoção social e na expansão do mercado interno de consumo popular
".

Porem, o processo revolucionário na Venezuela encontra obstáculos, diz o sociólogo. São elas:

"a adaptação do Estado às necessidades de gestão eficiente e transparente de suas políticas, o enfrentamento do tema da violência, o avanço na construção de estruturas de poder político popular de base e do partido, o desenvolvimento de políticas econômicas que permitam a edificação de estruturas econômicas menos dependentes do petróleo, de caráter industrial e tecnologicamente avançadas.

As derrotadas são as elites tradicionais, que controlam 80% da mídia privada do país, que promoveram o golpe militar contra Chavez, um lock-out e a fuga de capitais contra o país, que se articulam com o governo dos EUA contra as autoridades legitimamente eleitas e reconfirmadas pelo voto democrático do povo venezuelano. Chavez sai fortalecido da consulta, assim como a imensa massa pobre da população, que ingressa, através do processo bolivariano à historia política do país
". (originalmente publicado no Blog do Emir)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"UH! AH! CHAVES NO SE VA!"

54,36%




"Abrimos aos poucos as portas do futuro!"

"Ganhou a verdade contra a mentira, ganhou a dignidade da pátria!"

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mar de Espanha promete carnaval inesquecível para cariocas.


MAR DE ESPANHA (12/02/2009) - Um dos carnavais de rua mais tradiciaonais de Minas Gerais ocorre em Mar de Espanha. Ao som de bandas e blocos originais, os foliões de Minas e outros Estados, encontram nesta cidade toda a agitação que não pode faltar em qualquer festa carnavalesca.

Todos os anos, a Prefeitura de Mar de Espanha organiza uma programação detalhada das atividades que animarão a cidade nos cinco dias de folia. Nesse ano, o prefeito da cidade, Marildo Espanheiro, afirma que a cidade viverá momentos de muita alegria, Segundo ele, a cidade está em festa não só em razão do carnaval, mas também por causa do crescimento econômico da cidade:

_Mar de Espanha está em festa. Conseguimos equilibrar as contas públicas e estamos investindo pesadamente no turismo. Este ano virão caravanas do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, além de muitos mineiros que estão trocando as cidades mais renomadas para curtir o nosso carnaval. Sem dúvida alguma posso dizer que, neste ano, Mar de Espanha vai receber mais foliões do que Ouro Preto.

Marildo Espanheiro, que acabou de assumir a prefeitura de Mar de Espanha, afirmou que desde então não largou o trabalho, mas garante que curtirá a festa todos os dias:

_ Nós também precisamos relaxar. Trabalho todos os dias da semana, inclusive domingo. Neste ano quero bricar de pular carnaval com os moradores da cidade e com os turistas. Vamos mostrar que Mar de Espanha tem tudo para ser a capital regional do carnaval mineiro.

Ele garantiu que apesar do descanso, estará nas ruas ouvindo os questionamentos da população. O profeito também asseverou que sairá de Branca de Neve, no tradicional bloco das piranhas.

Programação

Carnaval 2009 - Mar de Espanha

Sexta-feira (dia 20)
22h - Abertura Oficial do Carnaval com a chegada do Rei Momo. Bloco Zé
Pereira e entrega da chave da cidade
00h- Bloco do Além
01h- Bloco Papa Léguas

Sábado (dia 21)
15h- Trio elétrico
22h- Bloco Em Cima da Hora
23h- Bloco do Bigode
00h- Show com a Banda Stágio 55

Domingo (dia 22)
15h- Trio elétrico
17h- Matinê Infantil
22h- Bloco da Alegria
23h- Bloco Caipirinha
00h- Show com a Banda Stágio 55

Segunda (dia 23)
15h- Som mecânico
18h- Bloco do Extintor
22h- Bloco Zé Pereira
23h- Bloco do Bicho Papão
00h- Show com Banda Zagga

Terça (dia 24)
15h- Trio elétrico
18h- Bloco das Piranhas
19h- Show com banda ao vivo
23h- Bloco do Azul e Branco
00h- Show com a Banda Zagga
05h- Bloco da Alvorada