sábado, 29 de novembro de 2008

Um sábado, o elevador e o ludismo.

Sábado chuvoso com cara de domingo... até que parece quinta, porque dá uma espectativa boa, já que ainda é sábado (como na quinta, saber que o outro dia é sexta) e dá uma frustração também, porque tá chovendo (como saber que quinta ainda é quinta...)

Mas o bom mesmo é fazer como o Paulo dizia (Paulo era um assensorista lá do meu trabalho que foi mandado embora): "para a semena correr mais rápido (claro que Paulo estava falando sobre a teoria da relatividade, óbvio), na segunda, você deve torcer para que chegue logo quarta-feira. Porque quando chegar quarta no outro dia já é quinta... e quinta é um dia antes da sexta". Dizia o Paulo que essa era a maneira mais confortável de passar a semana, dava menos angústia esperar, na segunda-feira, pela quarta do que esperar pela sexta.

Bem, que ele tinha razão... é mais fácil mesmo... hoje eu faço isso e a semana passa bem mais rápido...

É que para o Paulo isso deveria ser a salvação. Imagine trabalhar o dia inteiro sentado numa cadeira subindo e descendo? Deve ser barra! E o pior é que a cada dia que passa esse tipo de trabalho vai se tornando dispensável. O elevador lá do trabalho faz tudo, inclusive diz o andar que chegou... (ex.: "quinto andar"). Um dia uma mulher de lá, que também é assensorista, falou que "daqui a pouco vão mandar a gente embora porque o elevador já faz tudo sozinho..."

É... a classe trabalhadora tomando "consciência em si". São essas simples situações do dia a dia que nós temos que estar atentos para poder acompanhar a indignação das massas, acompanhar a quanto anda o aprofundamento das contradições. Elas virão. Faz parte da história. É a própria história. Temos que nos organizar e fazer com que a revolta das massas se direcione para um fim vitorioso. Isso depende de nós.

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